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Peixe: mais que um hobby, uma terapia


peixes ornamentais

Em uma de suas canções, o cantor e compositor Nando Reis diz que "quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor". Todos os elementos encontrados no litoral não podem ser reunidos na sala de estar, mas alguns podem lembrar ele e contribuir para a melhoria da qualidade de vida, na forma de aquários. Os praticantes de aquarismo garantem que esse hobby proporciona um mergulho na tranqüilidade e leveza, nas profundezas da água. Não é recente a utilização do aquarismo na medicina como forma de terapia. Em 1995, um dos maiores hospitais de São

Paulo, instalou quatro aquários enormes de 350 litros em seu setor de triagem, no quarto andar e nos ambulatórios do quinto ao sexto andar. Nesses locais circulavam, na época, mais de 7 mil pessoas por dia, que ficam até duas horas de espera em pé. A medida buscou proporcionar maior conforto aos usuários do serviço, e deu certo. Segundo Nancy Edwards, que coordena um estudo sobre o benefício do aquarismo no tratamento de pacientes com Alzheimer, na Universidade Purdue, nos EUA, ao verem peixes coloridos, os pacientes ficam mais relaxados e atentos. Diminuem a duração e intensidade de comportamentos como agressões físicas, gritos e perambulações a esmo. Além disso, os pacientes se alimentam mais. "As pessoas chegam do trabalho estressadas e cansadas, e o aquário tem o poder de aliviar tensões", diz Ricardo Seiji Hassegawa, que atua no mercado de venda e cuidados de peixes ornamentais de Araçatuba há mais de 20 anos. CUIDADOS - O aquarismo deixou há muito de ser "brincadeira de criança" para se tornar um hobby de adulto. Com isso, as variedades de tamanhos e modelos de aquários cresceram, assim como a diversidade de espécies no mercado. De acordo com Ricardo, a maior procura é por espécies de peixes de água doce. "As pessoas procuram sempre por espécies coloridas, fáceis de cuidar", diz. "Depois que as pessoas pegam gosto, eles começam a procurar os peixes pelos formatos diferenciados". Além de aproveitar os benefícios psicológicos da "aquarioterapia", os praticantes também têm que priorizar os cuidados com os peixes. O funcionário público Marcelo Takebe, de Araçatuba, por exemplo, mantém dois aquários. "Aquarismo é um lazer, mas também precisa haver dedicação", diz o praticante. "É preciso avaliar sempre a manutenção do aquário e os parâmetros da água". Entre as responsabilidades do aquarista está a avaliação da incompatibilidade dos peixes que formaram o aquário. Enquanto alguns peixes são tranqüilos, outros são agressivos e, conseqüentemente, não podem ficar juntos. Cada espécie tem um "perfil". Os da espécie Beta, que atraem pelas formas e cores, são agitados e territoriais, assim devem ficar sozinhos. "Eles brigam até mesmo com um peixe da mesma espécie". O Acará disco é mais adaptável, tranqüilo e até aceita outras espécies. Também é preciso verificar se os tipos de peixes escolhidos são compatíveis entre si de acordo com as condições da água. Para isso, é preciso verificar o PH (índice de acidez da água) e a temperatura. O excesso de alimentos pode causar vários problemas. Além de deixar o recipiente dos peixes com uma aparência de sujo, a alimentação em demasia pode causar doenças a determinadas espécies. Existem rações específicas para diferentes tipos de peixes e estilos de aquários. Todo peixe deve ser alimentado no máximo até três vezes ao dia. Peixes de águas salgadas têm alimentação diferenciada e precisam de cuidados especiais com a água em que vivem e a oxigenação do líquido. A limpeza do aquário é outra medida importante para a garantia de uma vida saudável para o peixe. É aconselhável que o local seja limpo mensalmente, com a troca de ¼ da água do aquário. Aproveitando a retirada da água, pode-se limpar o excesso de algas e principalmente o fundo da água onde se acumulam fezes e restos de alimentos. Eu cuido.... O funcionário público Marcelo de Abreu Silva aprendeu a cuidar de peixes ainda na infância. Conforme ele foi crescendo, os aquários foram aumentando no tamanho e na variedade de espécies. Hoje, ele mantém um aquário com peixes de água doce que tem um 1,60 metro de comprimento por 60 centímetros de altura de 50 de largura. Nele estão exemplares das espécies a Acará Disco, Kinguio, Cruzeiro do Sul, Néon e Mato Grosso. Silva tem o cuidado de alimentar os peixes três vezes por dia e trata pessoalmente da limpeza no aquário mensalmente. O aquarista já pensa em aumentar ainda mais o investimento no seu hobby. Quer um aquário maior. "Eu sempre gostei. É um lazer cuidar do tratamento dele e observar seus movimentos", finaliza.

 
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